O urubu tem fama de sinistro porque muitas vezes se alimenta de restos de animais mortos. Mas é por isso que ele ajuda na limpeza do ambiente e é fundamental para o equilíbrio da natureza. O estomago dessa ave produz um suco gástrico poderoso, capaz de acabar com as toxinas que existem na carne e nos vegetais em decomposição. Assim, ela come sem problemas restos de animais e vegetais repletos de bactérias que podem que podem causar doenças em outros bichos. Pronto para encarar qualquer cardápio, o urubu se alimenta também de ovos, vegetais e carne fresca. É bom caçador e usa as garras fortes e o bico em forma de gancho para pegar as presas. Chega a medir até 62 centímetros e pesar cerca de 1 quilo e meio. Na hora de voar, ele mostra toda sua habilidade: abre as asas enormes e se desloca planando, ou seja, passando de uma corrente de ar quente para a outra. Assim, faz longas viagens em busca de comida. O urubu- de - cabeça-preta é a especie mais comum do continente americano e pode encontrar alimentos no campo ou até em lixões, pois esta adaptado a viver nas grandes cidades. AJUSTES ESPECIAIS A beleza não é o forte dos urubus, mas seu corpo é cheio de detalhes bem planejados.
Confira: *A cabeça sem penas evita que restos de alimentos se juntem nessa parte do corpo, a única que eles não conseguem limpar com o bico. * O colar de penas logo abaixo do pescoço garante que os alimentos não se espalhem pelo resto do corpo. * As asas são bem longas e tem cerca de 1,4 metro de envergadura, o que permite ao urubu planar no céu. As penas pretas retem ao máximo o calor do sol. Isso faz com que as bactérias sequem e sejam eliminadas. QUASE BONITINHOS Os urubus costumam fazer seus ninhos no chão, no meio de plantas com espinhos ou entre as pedras, para garantir maior segurança para os filhotes. Geralmente a femea poe dois ovos de cada vez. Depois de cerca de 50 dias nascem os bebes, que são cobertos de penas branquinhas. O pai e a mãe se revezam trazendo os alimentos, que mastigam e depois colocam no bico dos filhotes. Um deles fica sempre por perto de olho nos pequenos que, em caso de ataque, não tem como gritar por socorro, já que os urubus não emitem nenhum tipo de som.
(REVISTA RECREIO. 23/10/2003. Editora Abril. São Paulo)
